Escrever é como gerar um novo ser com identidade própria. O livro, uma vez pronto, faz com que autor perca o controle sobre ele pois cada leitor é soberano, dono do seu entendimento. Da obra o leitor abstrai a essência e a partir dela elabora sua opinião crítica.
A responsabilidade do autor, ao escrever um romance histórico, é muito grande uma vez que ele está tratando com um conjunto de fatos reais e legítimos e que não pode, em hipótese nenhuma, ser distorcido ou manipulado. Ao escrever um romance histórico, comprometido em transmitir uma realidade ocorrida em alguma época, o autor não se limita a tratar o contexto ao qual o enredo está inserido apenas como pano de fundo na elaboração do romance. Importante se faz retratar a História em sua amplitude, respeitando-a e fornecendo condições para que o leitor vivencie o fato já ocorrido, sentindo-se parte dele ao ponto de se emocionar, revoltar, concordar ou discordar dos caminhos que a História traçou ao longo do tempo.
É por meio dos personagens criados que o autor fará a ponte entre o leitor e a História, construindo um elo que desperte o desejo de conhecer o contexto que está sendo resgatado. Para isto o autor incorpora ao romance o estilo da época, sendo fiel a linguagem utilizada, aos costumes e tradições, vestindo os personagens com a roupagem das características próprias da História em questão.
Como romancista tenho a responsabilidade de conduzir o leitor a construir seu próprio conhecimento, a partir do resgate da História presente nas obras que escrevo.
Um forte abraço a todos que amam e querem preservar a diversidade cultural do nosso imenso Brasil!
Custódia Wolney.