Sempre apreciei as tradições populares e levanto a bandeira de que devemos preservá-las , pois nos remetem a trajetória cultural da história brasileira.
Porém, existe uma tradição, vergonhosa, e desta o Brasil nada tem a se orgulhar: A corrupção política, herdada dos portugueses, ainda na época da colonização, onde a administração pública sempre fora tratada como “coisa nossa”. Cenário este que Sérgio Buarque de Holanda em seu livro “Raízes do Brasil” chama de cordialidade. A dificuldade de separar o público do privado dificulta grandemente a convivência social.
A corrupção está presente no Brasil desde o período colonial, período imperial e se perpetua até os dias atuais. Já em 1810, cantava-se nas ruelas do Rio de Janeiro jargões que nos mostram esta tradição “Quem rouba pouco é ladrão, quem rouba muito é barão e quem mais rouba e se esconde passa de barão a visconde!”
Infelizmente esta tradição está enraizada em nosso país e precisa ser fortemente combatida. O Brasil mudou! A consciência política, ainda em formação, do povo brasileiro está ficando mais aguçada, mais exigente!
O que vemos na esfera política, infelizmente, é o nepotismo, a propina, o suborno, a extorsão e o tráfico de influência…
Acredito que para combater a corrupção é fundamental uma reforma no sistema Judiciário que acabe com as facilidades e impunidades das quais gozam nossos governantes.
O político, nada mais é do que em empregado do Estado e deve se portar com a lisura que o cargo exige, caso contrário deve ser demitido como qualquer cidadão comum, sem nenhuma regalia.
Enquanto estas mudanças não acontecem o que temos de fato em nossas mãos é o Voto. É com ele que podemos vetar o político corrupto que traz sérias conseqüências para a sociedade brasileira.
A ficha limpa é um importante passo! O primeiro de muitos que ainda devem acontecer para curar o Brasil da doença da corrupção política e assim crescer livremente com todo o seu potencial de desenvolvimento.
Custódia Wolney.