O objetivo central do Plano Nacional do Livro e da Literatura é assegurar e democratizar o acesso à leitura e ao livro a toda a sociedade. Para tanto é necessário investir na formação de mediadores e agentes de leitura com habilidade de estimular o aluno, tornando-o um leitor em potencial, não só no ambiente escolar, mas que a prática da leitura o acompanhe por toda vida.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio apresentam várias ideias e discussões sobre a leitura na escola e apontam a diferença da literatura literária em relação a outras leituras mais pragmáticas, não desmerecendo nenhuma delas.
O professor, como mediador de leitura, torna-se um agente catalisador capaz de contribuir efetivamente para a inclusão social e o desenvolvimento humano, despertando no aluno o gosto pela leitura de maneira prazerosa, crítica, inventiva e reflexiva.
Há várias maneiras de se ler um texto e a escola deve formar o aluno leitor capaz de construir seu conhecimento, opinando e se posicionando diante do que foi lido. O caminho da escrita e da leitura é indispensável para a formação do cidadão crítico, inserido em seu meio e capaz de modifica-lo.
Vivemos em um país plural e o conceito de diversidade abrange aspectos fundamentais das relações humanas. Neste sentido o Ministério da Cultura tem buscado promover ações que estimulem a cultura da paz e da aceitação do outro, reconhecendo e valorizando os diferentes grupos, garantindo igualdade de direitos e oportunidades para toda rede sociocultural que compõe o Brasil.
As comunidades quilombolas tem merecido atenção especial das políticas governamentais, uma vez que constituem núcleos vivos de nosso patrimônio afro-brasileiro. O êxodo rural dos jovens quilombolas na busca de melhores condições de vida facilita o distanciamento da cultura e tradições de sua comunidade de origem. O professor tem o importante papel de promover a preservação da cultura quilombola destacando sua relevância cultural, fazendo com que ela seja respeitada e valorizada, permitindo que o jovem Kalunga se orgulhe de suas origens e perpetue seus costumes, religiosidade e tradições.
Uma grande conquista para a preservação da cultura Quilombola é o primeiro Curso de Licenciatura Plena em Educação Quilombola – a Faculdade Kalunga – que será implantado no país e atenderá as comunidades remanescentes de quilombos do Território Kalunga localizada nos municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás, no estado de Goiás. Para Maria Helena Kalunga, de Monte Alegre, uma das principais lideranças na luta pela implantação do curso, esta é uma decisão histórica que coloca o Brasil entre os mais evoluídos países do mundo e resgata a história de um povo preservando sua origem e sua cultura.
Parabenizo o esforço conjunto do Ministério da Educação, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, da Fundação Palmares, das Universidades Federal e Estadual de Goias, da Universidade de Brasília, autoridades dos municípios e lideranças Kalunga que se uniram nesta importante luta!
Custódia Wolney
Escritora e Agente Cultural